19 março 2007

Bilene I


A noite na praia chegava aos poucos como uma mulher vaidosa que se veste sem pressa para um encontro muito especial. Como a noite também eu me vesti de preto para igualar o negro do manto da noite. A saia de cetim preto marcada apenas pela presença da calcinha, estava colada as ancas de mulher e descaia até aos pés como se guardassem um segredo inviolavel deixando ver apenas os dedos pintados de negro brilhoso fazendo perfeita sintonia com as sandálias douradas que me embelezavam os pés.
Quando cheguei ao bar do hotel já os meus amigos tinham chegado, um grupo de três casais que ria e falava alto, como se o tom do riso e da voz fosse deixar para traz as mazelas do dia á dia que todos tentavam deixar escondidas dentro dos belos sorrisos falsos enverdadeirados ao mesmo tempo.
Em poucos minutos me integrei na conversa embora, meu pensamento fugisse de mim nos momentos que eu tentava agarra-lo, ele, sabido se esquivava, se ausentava, passeava pelas ondas do mar que batiam na areia ali bem próximo ao tilintar dos copos sempre cheios de poções de esquecimento inventadas em nomes de caipirinhas e margueritas geladas e adocicadas como os laços em que embrulhamos as nossas memórias na falta de memória.
Não me senti a mais por estar ali desacompanhada, meus pensamentos, meus pecados nunca me deixam sem companhia, estava mais acompanhada que aqueles pares acertados entre homens e mulheres, entre familias e familiares, entre amigos e amizades (distinguir a diferença nem sempre é fácil, mas elas segredam a quem quiser ouvir os detalhes de tamanha diferença).
Shots pós shots, hora após hora o veneno do corpo acelera, o ritmo das passadas dançadas com o desconhecido conhecido do grupo aflora a pele, o suor do corpo em extâse se mistura ao desejo do homem que me pertence mas que ninguém o sabe, as psicadelicas transformam a alma de mulher em predadora nata, aquecem o sangue, atiçam as garras...
O desejo não quer calar... Num canto qualquer da noite ele me olha, remexo as ancas ao sabor do seu olhar, combino a vontade dele com o meu gingar, aqueço na pista, transpiro paixão. Ele percebe. Ele quer. Ele deseja.
Navego a sua vontade em passos ousados e tradutores da pura linguagem do querer. Provoco... Levo nossos desejos pelo caminho do que mais quero no momento. Maltrato a sua ansiedade esfregando o meu corpo no dele no meio da pista de dança lotada, na escuridão do templo da dança.
Percisamos estar a sós, juntos... Precisamos enlouquecer ali ou em outro lugar, numa cama ou no chão, preciso de sua boca, de suas mãos, de sexo...muito e melhor.
O impedimento? A esposa dele que partilha a pista conosco...mas ta na hora de ir para cama, sozinha ou com ele, o número do meu quarto? Ah... isso é uma outra história que logo, logo conto...ou não.

10 comentários:

Dara Samora disse...

GRANDE história =)
Claro que vou querer ver as cenas do próximo episódio ;)

Beijinho!

Cris... disse...

hum, tem uma esposa no meio da historia?! quero ler o resto depois.

Anónimo disse...

Fico á espera da continuação...
Adorei!!
Obrigado pela visita!
Beijinhos
H.

Escorpiana Explosiva disse...

aguardarei a continuação pois essa historia esta belissíma

Nelson Ngungu Rossano disse...

Gostei muito da estória, vou aguardar novos capítulos...

beijo e boa semana

un dress disse...

muito... sus.pense ;)

aguarde-se então...

beijO

L.S. Alves disse...

Ontem eu já havia comentado, mas o computador comeu o meu texto.

Quase me enganou com esse texto. Pensei que ias por um caminho e quendo percebi estavas apenas a distrair-me e levar-=me ao mesmo lugar.

Ótimo texto. Beijos pra tu moça da africa.

silvia disse...

História lindissima!

Quero o resto:P

Beijos:)

Avid disse...

Amigos,
Obrigado a todos pelos comentários, perdoem-me por não responder individualmente a cada um de vós mas ando tão atarefada que mal tenho tempo para este cantinho. Percebi que gostaram e querem saber como foi o final da noite (ou do fim de semana), tudo indica que contarei como foi... ou não.
Bjs meus

P.S. Tenho andado ausente dos vossos blogs, mas logo voltarei a activa hehehe...

Anónimo disse...

nao me facas rir mais. Nao me digas que foram necessarios tantos xotes para finalmente experimentares o melhor dos dois mundos!!!

Ainda nao aprendeste que o alcool em demasia e inimigo do prazer e reduz a adrenalina a mera espectadora?

Te cuida...