02 maio 2008

Vem...

Não te fies do tempo nem da eternidade,
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo!

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!
Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te escuto!
Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anêmona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te digo...
Cecília Meireles

2 comentários:

Salve Jorge disse...

Vim depressa
Pela tua prece
E só peço
QUe não haja pressa
Pois se amanhã morres
O hoje será a eternidade de nosso encontro
Quebro as pernas do tempo
Congelo o mundo no nosso delírio mais inebriante
Quero-a arfante
Morramos juntos na apoteóse de nossos lábios
Sejamos plenos
Deixando para trás a terra
E nos devorando como se não houvesse vida a viver

Vim depressa
De joelhos
Desejoso
Da sua vida
De fazê-la eterna...

Eu sei que vou te amar disse...

Vem...que te espero neste mar de saudade!
Linda um beijo suave e um feliz fim de semana