30 janeiro 2009

Undress soul

No vazio desta noite encontro-lhe no ritmo incerto de um momento inesperado. Mentira. Procurei por esse momento. Curiosa. Ansiosa. Quase nua e intransigente. Precisava urgentemente ter a certeza que mesmo tendo batido a porta com força e guardado a chave num baú invisível não entrarias pelas frestas da alma e pelos poros da carne.

O relógio parado. A ponte quebrada. A palavra mal falada. A pergunta por responder. Não foi preciso muito, sei que nunca precisei do teu abraço mas sim da paixão desmedida e do gozo repetido. Vazio com textura, sede e fome. Indecência que se semeia em silêncios só transponíveis com escrita e sofreguidão.

Meus demónios não calam. Gritam na palavra e no papel. Abrasadores e desesperados, beijando-me o pudor com um cio invasor que queima as entranhas de forma ávida e caótica. Engulo a tua presença e devoro-te a falta como uma cortesã sem folêgo esfregando seu prazer deitada em milhões de cacos. Percebo que é tarde. Muito tarde.

Calo-me. Subitamente não sou de novo dona dos meus actos. Estou por ai, escondida no meio de uma chuva de desejo. Fujo.

Sim... Prefiro ter-te do lado de fora.

4 comentários:

Nanda Assis disse...

dar o braço a torcer as vezes nos deixa muito felizes.

bjosss...
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Tríade disse...

Os demónios nunca calam! Por isso é que são demónios!

Abraço

EDUARDO POISL disse...

Tem as estrelas da manhã
alinhadas em circulo
como um farol de aviso
aos navegantes
incautos e perdidos
que me habitam ...
Se eu pudesse
mascarava-me de lua nova
(que se esconde nas tramas
nebulosas
do meu sentir)
e escarnecia das sombras
fantásticas
que me desafiam
com versos...
(Maria Flor)

Só passei para te desejar um final de semana lindo com muito amor...
Abraços

em azul disse...

Muito bem dito! É o que se sente... tantas vezes... e ponto!
Com demónios ou sem eles... os nossos e os dos outros.
Um beijo
em azel