22 outubro 2009

Blindness

Ensaio as incertezas e com uma pitada de amargura meu corpo anuncia que quer mais...corrijo-me...que te quer mais! Igual uma catedral profana rasgada pelo desalento da saudade dispo-te de mim tentando manter na carne apenas o silêncio do teu toque que chora como uma oração cantada nas lágrimas sintetizando a tonalidade abafada de algumas horas cruzadas entre a existência de umas quecas roubadas e de beijos extraviados para além do permitido.
Admito. Tenho medo. Medo de te esquecer para sempre. Medo de mudar de rumo e de não mais sentir a sombra do teu corpo pressionando o meu prazer até que o gozo seja engolido pelos gemidos irreverentes do meu corpo suado e cansado. E se te deixo ir???

Continuo cozendo a escrita com linhas de cores incertas, enquanto os dedos me sufocam as palavras com lembranças submersas na espera de outros cheiros que já não alimentam a pele mas engordam com conteúdos a poesia da alma. Lembro... Da embriaguez que o teu perfume me provoca e das tuas mãos frias deslizando descaradas pelas curvas e contra-curvas da minha carne entreaberta carente de emoções tão verdadeiras como aquelas que em outras encarnações me faziam abdicar de tudo para simplesmente me deixar cair em ti como a mais tonta das tontas tombando no teu abismo de pernas sempre abertas e pronta para receber por dentro a babilónia do mais puro desejo que faz do prazer uma profecia escrita com gotas de chuva apenas para quem se ajoelha mas não aprendeu a rezar. Profecias para gente como eu... putas que ao sétimo dia se tornam aurora de um futuro que não existe e parem de dentro de si uma poesia embebedada de caudais de outros mundos, que nas veias só plantam a cegueira de uma morte que só acontece com a presença do teu corpo.

Ah...Deus... O exílio da saudade de ti parece chegar ao fim... mesmo nua, incendiada e padecendo de orgasmos que pulsam a cada anoitecer como uma nódoa negra brilhando no caos da simplicidade dos dias e se fazendo presente e unipotente no meu ser e no meu destino teimas em confundir-me os pensamentos e em fins de tarde como estes fazer das minhas palavras se parafrasear um poema orfão, sem coração e sem redenção procurando na folha branca o final a muito antecipado...por ti. Sim...desde a ultima vez que me fodeste que não consigo escrever um poema!

5 comentários:

Anónimo disse...

Louca,
acabaste de escrever um. Daqueles que qualquer mortal desejaria ser em sua homenagem.

Sabes, nao entendo pq, mas poemar o amor faz mais sentido quando te leio.

Palma da Mão disse...

Escreves como ninguém, és tu, és Diva, és desigual de toda a gente,não precisas de escrever poemas, querida, não precisas de fazer rimas com o bailado das palavras, és Escrita, És Mulher, ès Vida:)
beijinhos, amei!

Ximbitane disse...

Bjux meus!

Ops, olha o plagio

KImdaMagna disse...

... o latejar da carne , é já a poesia, na métrica e ritmo do roçar dos corpos, vai e vem compondo o prazer.
Um poema...é o sentir! o resto são divagações estéreis...


xaxuaxo

Anónimo disse...

Hmmmmmm intense...loved it babes..

stay real, miss u tons sexy

bjos
j