12 janeiro 2010

Vice-Versa

...E por instantes a fatalidade do momento toma conta do desejo que dela transborda. Não pensa. Sente. Permite-se arder no toque da mão alheia. E ele tocou-a. Entreabriu-lhe as pernas e afastou o leve tecido que lhe cobria a paixão. Num gesto de comando domou-lhe a razão entre a cumplicidade de olhares e a falta de palavras ela recuou as ancas e cavalgou nos dedos dele. Assim, nesses dedos frios, sua humidade se fez réfem. No frenesim da paixão tremem-lhe os lábios e germinam espasmos ansiosos fazendo do pensamento uma enseada de pecados. A cada entra e sai dos dedos ousados e experientes daquele homem alheio um papiro de palavras velhas se escrevem em sémen feminino que engole os gemidos expulsos agora, em gritos. Ninguém se contém. Abre-se os parentisis do delírio e o crepúsculo do prazer se ajoelha aos pés dos personagens. Ela deixa de se ser. Do colapso nasce o orgasmo. O extase.

...Estremece. Respira. Começa agora o jogo do vice-versa.

2 comentários:

L.S. Alves disse...

O blog ficou bonito assim todo escuro e o texto está uma maravilha.
Beijos moça.

Kapikua disse...

tua escrita dá tusa a um morto, quanto mais a mim que estou vivinho da silva!!! (julgo eu:) )