21 julho 2010

Momentos

Corrompo os sobressaltos desta noite com rasgos de sorrisos sem tradução. Acompanho-me de Dry martini e alguns suspiros frios e imaculados que percorrem as estradas violentas de mim, onde caminham descalços os fantasmas que se reanimam exaustos e cruéis nos ensaios afónicos do balanço sensual das minhas ancas ao ritmo de algum som irracional que me remenda o compasso desta dança feita de miragens de sedes por saciar.

Aumento o volume e em poucos instantes me embalo no perfume erótico das asas de algum anjo negro. Equilibro-me na nudez do corpo e no salto alto de uma emoção que cavalga desvairada de paixão. A melodia dos velhos silêncios devora a confusão de cada arrepio que se quebra no calor reprimido e latente que em mim se espalha a cada gole seco de álcool que se afunda em minha garganta. Da boca calada se solta o ardor volátil e envolvente que me faz suspirar ilusões improváveis. Fecho os olhos e sigo o rastro do desejo que sem limites se emprenha no precipício onde suicido minhas lembranças. Anestesio a possibilidade de qualquer medo. Fantasmas não existem. Estão a muito fora de moda! A alma sossega e embebedo cada poro dessa noite quase sem sentido.

Perdi o sono... E se tenho nos pés, plumas.... então resta-me dançar.

3 comentários:

Kapikua disse...

permites-me a dança?

beijo grande

Kapikua disse...

na boa, também curto ver-te dançar sozinha! ;)

mais um beijo

Anónimo disse...

Dançar muito, sem parar, a dança faz parte da vida...
Danço acompanhada, mas se for preciso, também danço sozinha.
Adora música e dança.
Maria Helena