Pediu-se o silêncio. Ela obedeceu. Sem agulha e linha costurou os rubros lábios para que as palavras não se chateassem com o mundo, e costurou sozinha, com a dor de uma vontade fútil, depois foi até o fim e fez o nó.
Começou por silenciar as verdades mais comprometedoras, e trancou entre os dentes as vontades desvairadas abafando os sonhos de uma única vez. Deixou lá dentro lágrimas de sal, vícios e questionamentos. E em sua boca se fez o tumulo dos segredos fáceis.
E arranhava, mordia e rasgava, ficou com um buraco, e se fez silêncio.
Quando fechou os olhos, sentiu o pecado corroer-lhe a razão. Fez dos olhos gotas de ph acido, que se solta no rosto e escorre até a pele das coxas. Quis ser nada, corpo sem voz que chora de verdade e coloca a culpa na carne.
Ficou nua, a mercê de decepções, do cigarro e das velhas e habituais ironias, como se isso a fizesse imortal. Porém agora, morre aos poucos e faz de dentro de si transbordar versos. Versos vermelhos e quentes, sangue puro de pecados e sonhos mal costurados. Sangra por não querer ser a voz das letras que saem aos versos dos olhos, e depois se faz de morta com o coração na mão, pra ver se agora é mais fácil sorrir mentiras e cuspir desilusões.
Começou por silenciar as verdades mais comprometedoras, e trancou entre os dentes as vontades desvairadas abafando os sonhos de uma única vez. Deixou lá dentro lágrimas de sal, vícios e questionamentos. E em sua boca se fez o tumulo dos segredos fáceis.
E arranhava, mordia e rasgava, ficou com um buraco, e se fez silêncio.
Quando fechou os olhos, sentiu o pecado corroer-lhe a razão. Fez dos olhos gotas de ph acido, que se solta no rosto e escorre até a pele das coxas. Quis ser nada, corpo sem voz que chora de verdade e coloca a culpa na carne.
Ficou nua, a mercê de decepções, do cigarro e das velhas e habituais ironias, como se isso a fizesse imortal. Porém agora, morre aos poucos e faz de dentro de si transbordar versos. Versos vermelhos e quentes, sangue puro de pecados e sonhos mal costurados. Sangra por não querer ser a voz das letras que saem aos versos dos olhos, e depois se faz de morta com o coração na mão, pra ver se agora é mais fácil sorrir mentiras e cuspir desilusões.
5 comentários:
Vale a pena esperar mais de um mês, espreitando ansioso este mural, para vir encontrar uma prosa destas!!!
Muito bom.
Forte e intenso, tal e qual gosto do meu café.
(Muito bom o texto.)
te sinto cada vez mais perto, por ver a acidez semântica jorrar como a inexorável menstrualidade na construção da vida.
és mais profunda quando desligas a sexualidade, mais quente portanto, o teu deslizar palavroso.
gostei desta prosapoeticodita!!!
xaxuaxo
cuspir desilusões e sorrir mentiras, me remete a muitas coisas que sinto, gostei do texto!
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