MOMENTOS DE VIDA
Pensamentos, palavras, actos e emoções escritos com a mesma tinta que se pintam os sonhos.
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08 fevereiro 2012
Procuro-me!
07 outubro 2011
... Viagens...
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“Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.”
[Sophia de Mello Breyner]
03 setembro 2011
27 agosto 2011
25 agosto 2011
Shut up and live!
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Pediu-se o silêncio. Ela obedeceu. Sem agulha e linha costurou os rubros lábios para que as palavras não se chateassem com o mundo, e costurou sozinha, com a dor de uma vontade fútil, depois foi até o fim e fez o nó.
Começou por silenciar as verdades mais comprometedoras, e trancou entre os dentes as vontades desvairadas abafando os sonhos de uma única vez. Deixou lá dentro lágrimas de sal, vícios e questionamentos. E em sua boca se fez o tumulo dos segredos fáceis.
E arranhava, mordia e rasgava, ficou com um buraco, e se fez silêncio.
Quando fechou os olhos, sentiu o pecado corroer-lhe a razão. Fez dos olhos gotas de ph acido, que se solta no rosto e escorre até a pele das coxas. Quis ser nada, corpo sem voz que chora de verdade e coloca a culpa na carne.
Ficou nua, a mercê de decepções, do cigarro e das velhas e habituais ironias, como se isso a fizesse imortal. Porém agora, morre aos poucos e faz de dentro de si transbordar versos. Versos vermelhos e quentes, sangue puro de pecados e sonhos mal costurados. Sangra por não querer ser a voz das letras que saem aos versos dos olhos, e depois se faz de morta com o coração na mão, pra ver se agora é mais fácil sorrir mentiras e cuspir desilusões.
Começou por silenciar as verdades mais comprometedoras, e trancou entre os dentes as vontades desvairadas abafando os sonhos de uma única vez. Deixou lá dentro lágrimas de sal, vícios e questionamentos. E em sua boca se fez o tumulo dos segredos fáceis.
E arranhava, mordia e rasgava, ficou com um buraco, e se fez silêncio.
Quando fechou os olhos, sentiu o pecado corroer-lhe a razão. Fez dos olhos gotas de ph acido, que se solta no rosto e escorre até a pele das coxas. Quis ser nada, corpo sem voz que chora de verdade e coloca a culpa na carne.
Ficou nua, a mercê de decepções, do cigarro e das velhas e habituais ironias, como se isso a fizesse imortal. Porém agora, morre aos poucos e faz de dentro de si transbordar versos. Versos vermelhos e quentes, sangue puro de pecados e sonhos mal costurados. Sangra por não querer ser a voz das letras que saem aos versos dos olhos, e depois se faz de morta com o coração na mão, pra ver se agora é mais fácil sorrir mentiras e cuspir desilusões.
20 julho 2011
Genetica
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Malandragem! Titulo de música, palavra bandida, sentimento sem segredo...
Tenho quase a certeza que fui parida assim, uma loba de bom gosto, do bom senso, dona do próprio nariz e por isso, chamada de aquela...aquela que só diz sim e te satisfaz as vontades! Fui concebida por amantes, por desejos de um amor adultero e fora da lei! Nasci pra viver de doses excessivas de tudo o que é ilegal, imoral e engorda... Sou viciada em máu comportamento! Lamento precisar sempre de ultrapassar as fronteiras da boa moral mas isso é porque o arame farpado e o passaporte da sanidade nunca foram nada mais do que inúteis. Fazer o que se, herdei dessa malandragem o dna da incoerência?!
Tenho quase a certeza que fui parida assim, uma loba de bom gosto, do bom senso, dona do próprio nariz e por isso, chamada de aquela...aquela que só diz sim e te satisfaz as vontades! Fui concebida por amantes, por desejos de um amor adultero e fora da lei! Nasci pra viver de doses excessivas de tudo o que é ilegal, imoral e engorda... Sou viciada em máu comportamento! Lamento precisar sempre de ultrapassar as fronteiras da boa moral mas isso é porque o arame farpado e o passaporte da sanidade nunca foram nada mais do que inúteis. Fazer o que se, herdei dessa malandragem o dna da incoerência?!
14 julho 2011
Desvarios
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É o meu mel
que eu cheiro na tua boca
É no teu pênis
que eu bebo a sede toda
Nos meus lábios abertos
que me vencem
eu nada devagar sem ter vergonha
É a lagoa - eu digo
de veludo
É o grito - eu sei
na raiva solta
É a proa do prazer
sobre o lençol
onde mais tarde vai rebentar a onda
Secreto é o ruído
dos corpos
no embate
Os elmos já depostos pelo chão
caídas as viseiras e as máscaras
o vestido misturado à armação
São fulvos os cavalos
com as patas cor do pó
tropeçando na paz adormecida
Eu levo a bandeira
do orgasmo
E "para tão grande amor é curta a vida".
(Maria Teresa Horta)
que eu cheiro na tua boca
É no teu pênis
que eu bebo a sede toda
Nos meus lábios abertos
que me vencem
eu nada devagar sem ter vergonha
É a lagoa - eu digo
de veludo
É o grito - eu sei
na raiva solta
É a proa do prazer
sobre o lençol
onde mais tarde vai rebentar a onda
Secreto é o ruído
dos corpos
no embate
Os elmos já depostos pelo chão
caídas as viseiras e as máscaras
o vestido misturado à armação
São fulvos os cavalos
com as patas cor do pó
tropeçando na paz adormecida
Eu levo a bandeira
do orgasmo
E "para tão grande amor é curta a vida".
(Maria Teresa Horta)
11 junho 2011
Se's
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09 junho 2011
No Exit
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05 junho 2011
01 junho 2011
29 maio 2011
27 maio 2011
25 maio 2011
13 maio 2011
11 maio 2011
10 maio 2011
09 maio 2011
Femea
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As mulheres que são totalmente sexuais, com o refluxo do útero em seus rostos, que despertam no homem o desejo de penetrá-las imediatamente; as mulheres cujas roupas são apenas um recurso da natureza para tornar mais proeminentes certos pedaços do seu corpo, ..., as mulheres que atiram seu sexo em cima de nós, a partir do cabelo, olhos, nariz, boca, o corpo todo - são essas as mulheres que amo.
As outras, nós temos que procurar o animal que existe nelas. Diluíram-no, disfarçaram-no, perfumaram-no, de modo que acabassem cheirando como outra coisa - como quê? Como anjos?"
Anaïs Nin, no livro Pequenos Pássaros, conto A Rainha.
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