26 setembro 2006

Para Além da Vontade...




A boca dele esmagou-se contra a minha enquanto a língua abria caminho entre os meus lábios e senti a sua mão procurando os meus seios. Instintivamente facilitei-lhe a tarefa. Diminuí a pressão nos joelhos e as minhas coxas abriram-se lentamente ao sentir os seus dedos apertando-me os mamilos. De repente, senti-me flutuar num mar de desejo e cada onda ameaçava afogar-me. Senti a parede contra as minhas costas e a excitação dele contra o meu corpo.
Tentei lutar contra a minha própria reacção, mas fui incapaz de me controlar. O meu corpo desejava por aquele homem dominante enquanto sentia suas mãos fortes me acariciarem. Sua boca procurou os meus seios que os dedos tinham libertado do soutien.
— Sonhei com este momento – balbuciou.
As suas palavras comoveram-me e aterrorizaram-me. Desejava-o e pronunciei o seu nome. Como poderia passar a tarde nos braços do marido de uma amiga sem ter em conta o sentido de moralidade?
- C... – Chamei ao mesmo tempo que num assomo de sensatez o empurrava com força. – Não sei se conseguirei fazer isto.
— Resistes partilhar a minha cama depois de me teres provocado toda a tarde mesmo sabendo que sou o marido da tua melhor amiga?
Encolhi-me perante a dureza do seu tom. — Isto não tem nada a ver com ela. Tem a ver contigo e...comigo. Ripostei em tom firme.
— Deixa-te de tretas. Está inteiramente relacionado com ela. Seduziste-me sem me amar, apenas por desejo. Excitando cada fibra do meu ser, até sentires balançar o meu amor por ela e todas as minhas certezas na fidelidade. Agora assume, porque quero muito o teu corpo e sinto que queres o meu...
Olhei-lhe incrédula. Mas não soube imediatamente como responder àquela declaração.
— Não tive a intenção de te pôr nesse estado e muito menos te levar a equacionar a tua relação com a minha amiga. Murmurei.
Não? – Perguntou com cepticismo. – Não me tomes por parvo. Sei como funcionam as coisas para mulheres como tú. Mas não vou permitir que me provoques e depois fujas.
O ardor do seu olhar masculino fez-me ter consciência do meu próprio corpo e dos riscos que corria. Senti o peso dos meus seios e a excitação dos meus mamilos, a sensibilidade da minha boca, os lábios inchados por causa do beijo selvagem. Percebi que o desejava cada minuto mais intensamente e beijei-o com luxúria sem conseguir controlar-me. Os lábios dele eram firmes e a língua deslizava na minha boca como perícia controlada embora eu sentisse a sua pulsação acelerada em resposta ao meu gesto.
— Não estou habituado a isto D..., sou um homem coerente e fiel. Mas não vou desperdiçar este momento – explodiu ele.
— Eu também não tenho vontade de desperdiçar nada... – respondi sorrindo.
Ele apertou-me com tanta força que senti o impacto do meu corpo recuando contra a parede enquanto ele se apoderava da minha boca mais uma vez. O desejo tornou a evidenciar-se em mim quando as mãos dele acariciavam minha pele e um joelho abriu o caminho entre as minhas coxas. Inclinou-se sobre a minha cintura e a calcinha deslizou por debaixo da saia até aos tornozelos. Não consegui evitar os espasmos de prazer que provinham do meu corpo trémulo. Suas mão exploravam já o meu sexo húmido de tanta paixão, quando decidi num impulso acabar com aquilo.
Controlei a adrenalina e ainda com a lingua na sua boca, empurreio-o de novo. Com um sorriso enigmático e perante a sua face que refletia a tortura interior daquele homem completamente entregue ao desejo, disparei-lhe:
— C... tambem sou casada como sabes. E acredites ou não sou do tipo fiel – disse eu entre gargalhadas enquanto procurava o soutien no chão e subia a calcinha sem pressa.
— És um demónio por detrás dessa aparência de anjo. E eu caÍ na armadilha que nem um patinho. Disse enquanto seus olhos brilhavam perigosamente.
— Termina o que começaste, não jogas limpo D... – implorou ele.
— Nãom temos de ficar por aqui – Disse sorrindo sobre a sua boca – Acabarás por me perdoar por esta brincadeira, afinal foi apenas um jogo.
Ele sentou-se com uma expressão frustrada e agressiva enquanto eu dava um jeito no cabelo e pegava na minha carteira.
— Deixas-me louco. És uma vadia! – murmurou rendido e com a voz enfraquecida.
— Eu sei o que sou... quem sabe um dia não terminamos o que aqui começou? – respondi provocante antes de virar as costas e bater a porta do escritório enquanto descobria que o jogo do desejo e da sedução é uma necessidade quase incontrolável mas que ainda domino. Com dificuldade... mas domino.

1 comentário:

L.S. Alves disse...

Escreves bem sobre sexo e desejo. Fiquei curioso.