18 fevereiro 2007

Curriculum Vitae


Eu já dei risadas até ficar com a barriga a doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado. Já fiz cócegas na minha filha, já me queimei brincando com uma vela. Eu já fiz balão de chiclete e colei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de bruxa. Já quis ser astronauta, violonista, stripper, advogada e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés para fora. Já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva, já roubei um beijo. Já fiz confidências pro melhor amigo, já confundi sentimentos. Peguei um atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela...

Já me cortei fazendo depilação, já chorei ouvindo música. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar apanhar a lua, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí com o rabo no chão. Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia. Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentada no chão da casa de banho, já fugi de casa pra sempre, e voltei no instante seguinte.

Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo relâmpagos. Já corri para não deixar alguém chorando, já fiquei sozinha no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervos, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já apostei em correr descalça na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num jardim. Já imaginei que apaixonei e achei que era para sempre...

Já me deitei na areia da praia de madrugada e vi a lua virar sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, encosta-me à parede e grita: - Qual sua experiência?

Essa pergunta ecoa no meu cérebro: Experiência, experiência... Será que ser "plantadora de sonhos" é uma boa experiência? Não!!!
Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!

(Adaptei de um texto de J. Spadotto)

2 comentários:

Anónimo disse...

Ehehehhe
gostei...
dps volto para comentar em condições, tou de ressaca de fim de semana, não pq curti mt... mas pq apenas segunda feira é aquele dia

Jinhuz Crónicos

Avid disse...

Cronicas
Sei exatamente que "felling" ta na area hehehe...o bom e que na terca melhora rs.
Bjs meus