O que vem depois da felicidade?

Tento desesperadamente agarrar o futuro. Prever o prisma de fogo que parece estar bem a frente dos meus olhos. O silêncio, curioso e atento não parece espantado ao ver que me esqueci do GPS mais uma vez em algum canto mal arrumado que todos os sonhadores usam como armário para inutilidades.

Varro o excesso de sorrisos que se traçam como uma estrada, apago com pequenos sopros o vulcão que parece acordar dentro de mim adiando para agora a lava incandescente que se reflecte no espelho da insanidade afirmando que estou pronta para me doar novamente.

Ostento no ser mil cores fragmentadas em desejo. Poemas de luz com raiz na alma alheia e invadidos de plenitude mágica. Volto a ser a mais fiel das escravas do fogo, a talentosa malícia que aflora entre gemidos e suspiros que soltam das amarras a fera sepultada na transparência do véu.

Abro-me.

Ergo-me nocturna do mundo das insónias derradeiras de uma época punida por eufemismos. Continuo devagar em busca da recompensa perpétua de uma amnésica infiel ajoelhada novamente no irremediável ponto paragrafo daquilo que será o mar de beijos que saciara a fome que faz soluçar pela ilusão renascida.

Esta, é a volta daquela que nunca foi…. Daquela que não partiu mas não sabe voltar…