Abdico das horas do relógio. Entrego-as a ti... O que quer que as horas sejam, feitas de tempo ou de ponteiros que nunca param. Que ele seja teu escravo como as minhas palavras já o são. Abdico das horas, mesmo que nunca se tenham dado a mim de verdade. E elas ficam-te tão bem...presas ao cabelo ou simplesmente na roupa como um acessorio antigo e cheio de brilho. Troco a palavra pelo beijo. Troco as horas por ti. Olha-me!!! Olha-me bordar teu cheiro no avesso do tempo e encurrala-la entre as coxas só pra te oferecer liquido e quente. Imperfeito...eu sei. Mas aprendo a deixar-te sobrar em mim como um desejo que desfalece em mil vontades e se escraviza no silêncio da tua ausência.
Basta...chega de me resguardar na razão que nunca tive! Olha-me cega e dona do tempo! Olha-me no tic tac do teu ardor! Tou nua. Qual o espanto??? Só assim me preencho de ti. Só assim a promessa prometida se acalma em meu universo. Só assim continuas a sair de mim pelas curvas e contra curvas das minhas culpas. Esqueço das horas. Agora abdico de mim. Incandescente, degradante, raiz estarrecida... O tempo passa e esta inquietude de mim não se liberta! Me desespero... virei escrava da febre do tempo que escravizas. Agora quem te espera sou eu! Entrego-me.
3 comentários:
Louca,
completamente louca...
Suzana... Suzana...
"nha sonho" contigo ainda....
bj
Louca,
as palavras são o teu alimento. O teu relógio já não bate horas, minutos, segundos. Cumpre o ciclo de cada volta em sentidos extases e debitas palavras numa tela. O livre arbitreo que desesperadamente tem tentado dar-te um sentido á vida, junta-as e faz o resto para felicidade de que te lê.
será possível amar toda a vida?
tic tac tic tac ...
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