Era uma vez... pensando bem, melhor não começar assim, afinal isto não é uma história. Recomeço então...
Era um conto...
Era um poema... Não! Não! Não! Isto também não é poema e muito menos prosa. O que quero eu escrever então? Fico pelo prosema, a nuance entre a prosa e o poema.
É um acontecimento acostumado a acontecer lá pelas bandas de Caia onde demora Mária Ma’sena, mulher que chora chuva todos os dias, chora tanto que faz transbordar o Zambeze, chora cheias e inundações periódicas. Maria Ma’sena chora quando acorda ou quando dorme, tanto faz... ela chora rio enquanto canta para espantar seus dezmales. Cozinha, lava, culima, mas... não ama. Sonha choro de chuva, não aprendeu a lagrimar. Sonha com ontem em vez de sonhar com o amanha. Ontem ela sabe que viveu, mas amanha não sabe se estara nascida. Confusa essa Maria Ma’sena que se deixa sonhar.
Acorda as quatro da manha e dorme as sete da tarde... muito rotinada a rotina dela, chora muito também essa rotina, é como ela. Melhor dizendo rotina agora, é seu corpo. Mas da sua alma apenas o sonho é dono e ela sabe disso, porque antes de adormecer ela reza para as poucas estrelas que vê pelo tecto mal feito da palhota onde esvive-se com a família. Ela sabe bem o que quer... sabe que enquanto peneira milho farinhado deve ensinar seus filhos a não saberem sonhar com choro mas com esperança que ela não tem pois emprestou a vida enquanto era parida.
Era um conto...
Era um poema... Não! Não! Não! Isto também não é poema e muito menos prosa. O que quero eu escrever então? Fico pelo prosema, a nuance entre a prosa e o poema.
É um acontecimento acostumado a acontecer lá pelas bandas de Caia onde demora Mária Ma’sena, mulher que chora chuva todos os dias, chora tanto que faz transbordar o Zambeze, chora cheias e inundações periódicas. Maria Ma’sena chora quando acorda ou quando dorme, tanto faz... ela chora rio enquanto canta para espantar seus dezmales. Cozinha, lava, culima, mas... não ama. Sonha choro de chuva, não aprendeu a lagrimar. Sonha com ontem em vez de sonhar com o amanha. Ontem ela sabe que viveu, mas amanha não sabe se estara nascida. Confusa essa Maria Ma’sena que se deixa sonhar.
Acorda as quatro da manha e dorme as sete da tarde... muito rotinada a rotina dela, chora muito também essa rotina, é como ela. Melhor dizendo rotina agora, é seu corpo. Mas da sua alma apenas o sonho é dono e ela sabe disso, porque antes de adormecer ela reza para as poucas estrelas que vê pelo tecto mal feito da palhota onde esvive-se com a família. Ela sabe bem o que quer... sabe que enquanto peneira milho farinhado deve ensinar seus filhos a não saberem sonhar com choro mas com esperança que ela não tem pois emprestou a vida enquanto era parida.
São três os míudos dela... um nas costas, mais um na escola de palha e outro novo um na barriga. Maria Ma’sena lembrou agora... faz 15 anos num dia destes.
17 comentários:
Belissímo texto...
Faz-nos pensar num assunto muito peculiar.
Obrigado pelo teu comentário nop cantinho do sonhador
Quem nao gostava de ter escrito este prosema. Eu gostaria.
Comeca a ganhar corpo aquele sonho. Vai ter capa cor vermelha de paixao com letras brancas de pureza.
Posso inventamaginar o titulo?
Parabens,,
O pão que vida nos rouba, um beijo
Um prosema com cabeça tronco e membros...
realmente é como diz o João Cordeiro, faz-nos pensar em algo mt peculiar
Jinhuz Xous
Ma´sena me lembrou Má sina, intencionalmente ou não. Texto curto e direto. Sem rodeios e eficaz. Parabéns.
belíssima escrita diva...
chora chuva...?!
ai que lindoooooooooooooooooooo!
deixaste-me a engolir em seco!
aSas pra ti.( nunca são demais...) ~~~
grande AbraçO
Manhã submersa de palavras
Lava ardente nevoeiro
Uma nuvem que ameaça
Transfomar-se em aguaceiro...
A magia da atlântida dança no sul da ilha, saudade,
Transforma azul hortência
Em diamante de luz, que em meu peito arde
Mágico beijo
Belo texto...
Amiga querida espero que gostes.
Beijo doce
"prosa", "poema", "prosema", que importa a catologação perante a intensidade destas palavras?
Descrição perfeita sobre os sonhos que não existem, porque a vida não os permite....
Como sonhar com um futuro desconhecido, quando o presente é tão limitado...como sonhar quando as "asas" ainda tão frageis pelos parcos anos de existencia, estão "amarradas" a três seres que são "pedaços" de si....
Triste ou feliz esta existência?
Adorei o espaço.
Voltarei
Beijo
Vity
passei pra agradecer a visita e realmente esta belo seu texto.abraço.
Amigos,
Arrisquei em escrever um texto assim... tão diferente daquilo a que vos acostumei, descubro que a escrita me faz entrar em diversos tempos e espaços. Ainda não me descobri na exatidão e esta busca constante me leva a caminhos assim, nunca bem definidos na prática mas, bastante alcançaveis na alma. Fico imensamente feliz que tenham gostado do que arrisquei a escrever. Muito obrigado.
Bjs meus
Lindo o texto, Diva. Nossa, lindo mesmo!
Já comentei aqui que eu acho muito bonito o jeito como vocês falam português? É diferente da gente aqui no Brasil...
Beijo
Diva: ficou muito bacana. Começa por um caminho, fica tudo muito nebuloso e então não se sabe onde a coisa vai parar até que no final soluciona-se o mistério. Muito prazeroso mesmo.
Beijos meus pra você.
Bruno
Obrigado. O jeito é diferente mesmo, mas aqui no texto tenho alguns “atropelos” propositados que fogem ao padrão da lingua portuguesa. É a possibilidade dessa transgressão que me faz amar a escrita.
Bjs meus
I.s.
Realidades do meu país. As meninas trocam sonhos por realidades pouco ou nada humanas. Bjs meus
Aqui não vai muito diferente disso e não é só no interior não. Nas grandes cidades taqmbém ocoorre coisa parecida, às vezes idêntica.
Ainda n tinha passado por aqui... bom, muito bom mesmo... parabéns.
Bj
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