Toma-me.
A tua boca de linho sobre a minha boca Austera.
Toma-me AGORA, ANTES
antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes,
da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
em cadência minha escura agonia.
Tempo do corpo este tempo. Da fome.
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
um sol de diamante alimentando o ventre,
o leite da tua carne, a minha Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo,
urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.
Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu delinqüescida: amor, amor,
antes do muro, antes da terra, devo,
devo gritar a minha palavra, uma encantada
ilharga
na cálida textura de um rochedo. Devo gritar.
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa
De púrpura. De prata. De delicadeza.
Hilda Hilst
Hilda Hilst
9 comentários:
Maravilhosa Hilda Hilst! Brasileira de Campinas-São Paulo. Poetiza sem retoques.
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A palavra de ordem é incendiar
A imagem é o próprio fogo.
Ai, que calor! rss...
Beijos, minha linda!
Inês
Bom dia!
Que post hem!!
Sem palavras...
Um otimo dia.
beijooo.
e s tend o
o
su f
o co
~
Bem, que dizer, o texto é divino como um vinho, liquido forte, doce e aveludado....
a imagem, bem, tem cena melhor!?eheheh
:)
Pois é, Diva...Eis-me de volta.
Inspirador seu post, a foto é fantástica.
De tirar o fôlego e nos dar ânimo para viver em busca de tal entrega absoluta.
Beijos, menina
Que fogo ... ardente.
Um beijo
Fantástico poema!
Não devo gritar... grito mesmo!
Um abraço
Precioso poema de Hilda Hilst. la imagen es, además, estupenda.
Saludos....
combinaste perfeitamente a imagem com o titulo do poemma...
Casal MMs – Dreams of a night!
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